08 dezembro 2008

Meu amigo mais antigo

Ontem estive num almoço onde encontrei um amigo. Fazendo as contas posso dizer que ele é meu amigo mais antigo, aquele com o qual passei por mais fases na minha vida. Falei para meus filhos que eu conheço ele desde que tenho 6 anos de idade. Do mais novo vem com a pergunta: vocês estudaram na mesma escolinha? É, nos conhecemos na escolinha. Não as escolinhas de hoje, mas dentro do bom e velho conceito de grupo escolar. Morávamos num dos bairros da zona sul da capital, hoje uma das regiões mais populosas da cidade. Naquele grupo escolar, que na verdade foi mais de um - estamos falando em ensino público e éramos transferidos de acordo com a vontade da política vigente -, aprendemos as primeiras letras e aprendemos a ser cidadãos, pessoas.
É engraçado a gente se ver hoje, já passados dos 40.
E é nesse encontro que todo aquele tempo volta, que a gente lembra que com 7, 8 anos, ia para a escola a pé e sozinhos. Que estudávamos de manhã (assim nossas mães tinham um pouco de paz para limpar a casa e fazer o almoço). Que assistíamos sessão da tarde. Que saíamos para brincar na casa de um amigo e nem sempre nossos pais sabiam onde estávamos com certeza.
Uma coisa que era legal naquele tempo, principalmente quando estávamos no chamado ginásio, era o "arrastão" que fazíamos de casa em casa dos amigos até chegar na escola. Na oitava série eu estudava bem longe de casa. Daí a Marcia passava na minha casa, a gente passava na Claudia, ia para a Tania e mais algumas meninas pelo caminho que não lembro todos os nomes.
E era assim: as meninas com a sua panela e os meninos com a deles.
No segundo grau veio o Cefet, e lá também estava meu amigo. Eu em edificações, ele em mecânica. Logo me desiludi com os cálculos e desenhos, e acabei jornalista. Ele seguiu carreira dentro da engenharia e há uns 20 anos firmou pouso no Rio Grande do Sul. Até gremista virou (se não me engano por aqui ele torcia para o Coritiba).
Hoje, graças à amizade dos nossos pais, conseguimos nos encontrar novamente esporadicamente (a última vez tinha sido há uns três anos). E como é bom rever os amigos. Lembra que já tivemos um passado como criança, que passamos pelas fases que hoje passam nossos filhos, e que apesar deles não terem a nossa liberdade quando pequenos, nos lhes damos todas as oportunidades para que um dia eles sejam melhores do que nós. Ah, e espero que eles também tenham amigos bem antigos...

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