16 abril 2010

Pais de primeira viagem

O jovem casal recebeu o folheto num sinaleiro qualquer da cidade que anunciava promoção de bodys para recém nascidos. Para quem não sabe do que se trata são aquelas roupinhas básicas que ficam por baixo dos tiptops e que aqui no sul fazem um sucesso sem fim. Afinal, a cada troca de fralda vai uma troca dos ditos bodys também. E lá foi o jovem casal até a loja, que ficava meio no caminho de algum lugar que eles iam (nem tanto, mas a gente desvia um pouquinho, né bem?).
Entraram na loja e é lógico, expert em marketing que deve ser o dono, a promoção está lá, no fundo da loja, na última prateleira. Detalhe: os tais bodys custavam 10 reais. Chegar lá exigia passar pelo maravilhoso boné do Taz, que o pai fã incondicional não resistiu, pelo sapatinho de não sei que bicho que a mãe adorou, e é claro, a peça mais maravilhosa da loja: uma roupinha social que o rebento com certeza vai usar quando tiver 8 meses!!!!!!!!!! (alguém vai ter que casar nessa data). Miguel nem nasceu e já tem uma agenda social complicada! E mais um tiptop fofo daqui, um acessório manero dali a conta do body em liquidação acabou em 300 reais. Ah, e esta semana foi acrescentado ao enxoval um termômetro de banheira em formato de um golfinho azul...Muito paparicado esse Miguel....




Eu, mãe de dois meninos já com 11 e 7 anos, não pude deixar de rir muito da história. Realmente, primeiro filho é uma coisa. Mas sempre fui muito prática e nunca consegui me dar esses delírios consumistas. Quando estava grávida comprei poucas roupas, ganhei muitas. Nunca fui de fazer estoque de fraldas (aqui foi a dica de uma amiga: ela fez e o filho teve alergia justamente a marca da qual ela mais tinha fraldas!!! Preferi ir comprando aos poucos, dentro da necessidade e vendo a qual o pequeno se adaptava melhor. Não me arrependi). Aliás esses meus amigos que fizeram a compra dos 300 reais dizem que estão seguindo este conselho e preferiram fazer uma "poupança fralda". Essa é nova e é boa!
Lembro que o único "ataque" que eu tive quando meu filho mais velho nasceu foi na decoração do quarto. O berço foi doação de uma amiga, o armário o meu de solteira que foi reformado. Resolvi investir numa faixa decorativa. Mas não podia ser uma faixa qualquer. Não suportava os ursinhos e cirquinhos que existiam na época. As opções eram poucas. Depois de muito bater pernas encontrei um sapo muito legal. O quarto ficou o máximo. Até consegui fazer o protetor de berço e o edredon com o mesmo motivo. Foi minha única extravagância.
O segundo? Como sempre, foi com o que sobrou. E até hoje é assim. Dois meninos, o que sobra de usável do mais velho fica para o mais novo. Ele até estranha quando ganha alguma coisa nova. Por sorte nenhum deles tem frescura, nem exige coisas de marca (alguém pode gritar: ainda!). Mas acho que não vou ter esse problema, afinal, como dizia Ultraje a Rigor, tenho que dar algum motivo para o moleque se revoltar, né?

3 comentários:

Anjinha disse...

Adorei, mas consumista é o pai e os avós, eu sou prática. Gastar mesmo só com o carrinho do bebê que minha cunhada conseguiu um descontão com o vendedor, fora isso acabamos comprando 11 bodies numa outra loja a 7 reais cada porque neste dia os bodies mesmo não compramos. Enfim este moleque vai ser paparicado né...Mas pelo menos já temos muita história pra contar. Escrita por você ficou muito mais interessante. Obrigada. bjos

Geraldo Brito (Dado) disse...

Aventuras de pais de bebês.
Parabéns pelo blog!

Israel Reinstein disse...

Como também sou pai de primeira viagem, não me incomodo de saber os endereços das lojas. Afinal é sempre bom conhecer novos fornecedores